quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Temos uma comunidade participativa?

Este é um tema que nunca havíamos abordado aqui mas que é certamente motivo de reflexão em cafés e noutros pontos de encontro. A questão que lançamos é a seguinte - a comunidade esmorizense tem participado activamente nos eventos da cidade, promovidos pelas entidades públicas ou pelas colectividades? Exceptuando as festividades tradicionais (as quais, atraem sempre multidões), a verdade é que a resposta a esta pergunta está longe de ser fácil. 
Na década de 90, recordo que houve espectáculos no saudoso Esmoriztur que lotavam o auditório constituído por 600 lugares! Hoje vejo que não é fácil realizar um evento que consiga extravasar a capacidade do auditório da Junta de Freguesia de Esmoriz, disponibilizado tendo em vista a substituição do anterior espaço de espectáculos, que não ultrapassa os 150/200 lugares. Aliás, na maior parte das vezes, deparamo-nos com "meias casas". Exposto isto, parece-nos que a afluência aos eventos deixou de ser tão evidente como era há 20 anos atrás. Tal terá sido provocado pelo decréscimo do poder de compra? Ou pelo desinteresse das novas gerações? Estará o alheamento a perpetuar-se por entre as entranhas da comunidade, fazendo sucumbir o espírito bairrista que outrora se verificou? A juventude interessa-se pelas causas da cidade? Haverá futuro para as instituições e colectividades locais?
Estas são outras interrogações que não são nada fáceis de responder, mas que têm de ser debatidas. É injusto referir-se que o alheamento é total porque existe certamente uma parte da população que segue com atenção a actualidade local, mas por outro lado, preocupa-me a indiferença dos mais jovens em relação à terra que lhes oferece educação, divertimento e acima de tudo, o seu próprio lar. Penso que é altura de adoptar uma estratégia que permita integrá-los nas colectividades da terra e motivá-los para as temáticas locais. Isto é, fazer sentir o amor ou o apego à terra! Sem querer fazer alusão a nenhuma entidade em concreto, a verdade é que a idade começa a pesar em algumas colectividades com os seus dirigentes a fazerem o que podem, mas sem saberem como será o futuro do seu projecto sem substitutos à vista. O rejuvenescimento é fundamental para a continuidade do progresso social e cultural da terra, caso contrário, ficaremos parados no tempo.
Durante a década de 90 e a primeira década do século XXI, não houve sequer um plano bem definido para contrariar o alheamento e fomentar a participação das comunidades nos dossiers locais. As controvérsias políticas que, durante esse período, se registaram, também não aproximaram a população. 
A maior riqueza da nossa cidade é o potencial humano, e há-que saber utilizá-lo em nosso proveito, sob pena de vermos futuras estrelas a evidenciarem-se noutros palcos, sem nunca terem contribuído para a nossa causa.
É imperioso fazer que todos se sintam bem na nossa terra, que saibam amá-la e valorizá-la! Alguma coisa já foi feita nestes últimos anos, mas ainda há muito a fazer. É necessário reverter o estaticismo sentimental vivido por grande parte dos cidadãos, tendo sido o mesmo herdado da monotonia de décadas anteriores.
A próxima década será fundamental para que Esmoriz volte a ter uma população mais atenta e participativa no que diz respeito à sua evolução. Que se façam eventos de qualidade devidamente divulgados, que se promovam orçamentos participativos dirigidos apenas para a nossa cidade, que se difundam as nossas tradições e os nossos monumentos e que as escolas possam ajudar nesse sentido, que as colectividade apostem em força na pujança dos mais novos e os saibam integrar nas dinâmicas da cidade sem excluir os encarregados de educação que também devem estar enquadrados no processo, que se disponibilizem as actas da junta através de uma página na internet, etc.
Temos de correr atrás do amanhã!



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Imagem nº 1 - Apesar dos recentes esforços do actual executivo da Junta de Freguesia de Esmoriz e das colectividades, será que grande parte da comunidade ainda não se mobilizou para as causas da sua própria cidade? Que estratégias poderão ser adoptadas para potenciar a sua participação?
Foto - Normando Ramos (Comissão de Melhoramentos de Esmoriz)


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