sábado, 14 de novembro de 2015

Os Jihadistas atacaram o coração da Europa...

Não há muitos adjectivos que nos permitam descrever o horror e o terror que foram ontem testemunhados em Paris. Através de acções coordenadas e decerto planeadas com bastante precedência, oito terroristas (aparentemente conotados com o Estado Islâmico) semearam uma infindável mortandade pelas ruas da capital francesa e na sala de espectáculos Bataclan. Registaram-se atentados suicidas nas proximidades do Stade de France, situação que evitou, durante horas, a devida evacuação dos milhares de espectadores que assistiam ao França-Alemanha. No entanto, os maiores estragos humanos foram causados na mencionada sala de espectáculos, onde 2 ou 3 atiradores entraram a disparar indiscriminadamente sobre qualquer ser humano que lhes aparecesse à frente. Gritavam eles o nome de Alá, como se este permitisse tal selvajaria e desprezo pela vida humana!
De acordo com o último balanço oficial conhecido, já estão confirmadas as mortes de 129 pessoas (de entre os quais, um português e uma luso-descendente), mas o número deverá ainda aumentar, dado que existem várias dezenas de feridos em estado crítico (serão 99 ao todo, os que estarão a lutar, neste momento, pela vida nos hospitais). A França e a própria Europa viveram um pesadelo que julgavam impensável. As ondas de solidariedade percorreram o mundo inteiro, inclusive nas próprias redes sociais. A civilização moderna ocidental sofreu, nesta maldita sexta-feira 13, um duro golpe, mas os seus detractores não a derrubarão facilmente, porque defenderemos a nossa identidade até à última gota de sangue.
O Estado Islâmico provou mais uma vez ao Mundo que não merece ter lugar em pleno século XXI. As suas actividades profundamente "medievais", repletas de barbárie, têm de ser erradicadas do nosso globo! Esperemos que alguns líderes políticos ocidentais tenham finalmente acordado para essa realidade, porque esta ameaça não pode ser subestimada da mesma forma como foi nos últimos tempos. Os jihadistas fizeram (ao que tudo indica) explodir um avião russo no Sinai, e ontem levaram a cabo o pior atentado terrorista de sempre em Paris. 
No entanto, existem outras leituras que devem ser extraídas, mesmo que isto custe muito aos analistas. Dentro deste contexto, e aquando dos hediondos ataques à sede da revista francesa Charlie Hebdo (7 de Janeiro de 2015), defendemos que era urgente uma postura mais firme contra o terrorismo e um maior controlo das vagas de imigrantes. Todavia, parece que muito pouco foi feito nesse sentido. Os países europeus descuraram as suas seguranças internas, ao abrirem, muitas vezes, de forma desorganizada, as suas fronteiras a tantas vagas de refugiados que haviam assolado recentemente a Europa. É evidente que esta conjuntura se tornou ideal para a infiltração de células terroristas, visto que as lacunas ao nível do controlo deste fenómeno migratório são inúmeras. Todavia, não poderemos cair na tentação das generalizações abusivas, porque decerto que existem muitos sírios de boa fé que merecem ser efectivamente ajudados a reconstruir uma vida nova. É que aquilo que vimos em Paris, acontece diariamente em cidades, vilas e aldeias sírias, sem que o Ocidente e a ONU tivessem feito algo de relevante para travar o conflito macabro que vigora desde 2011. Pior, algumas indústrias de armamento dos EUA, Alemanha e Arábia Saudita continuam a enviar meios de carnificina para o terreno com os resultados que todos já conhecemos. Recordamos ainda que há poucos dias 200 crianças terão sido executadas pelos jihadistas da Síria, sem que o mundo reagisse da mesma forma a tal atrocidade. A Europa e o Mundo Moderno precisam de acordar de vez, e encarar o problema de frente. Não bastam os bombardeamentos pontuais ou cirúrgicos, é imperioso que se envie uma força internacional de paz para uma intervenção terrestre na Síria e no Iraque, de forma a exterminar aquela praga de assassinos. Continuar a ignorar esta solução, a única possível, só nos trará mais dissabores.
Por fim, resta-nos enviar condolências aos familiares das vítimas mortais, e desejar que todos os feridos (ou o maior número possível) possam recuperar...


Foto sobre os atentados ocorridos em Paris (13 de Novembro de 2015). Autoria: Yoan Valat/EPA

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