quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Poema do Mês de Novembro de 2015 - Rubaiatas de Omar Khayyam

De seguida, publicaremos 5 rubaiatas (quadras) independentes e separadas da autoria do poeta medieval persa Omar Khayyam (1048-1131). A tradução dos seus versos para a língua portuguesa foi assegurada por Alfredo Braga.



Busca a felicidade agora, não sabes de amanhã.
Apanha um grande copo cheio de vinho,
senta-te ao luar, e pensa:
Talvez amanhã a lua me procure em vão.


Além da Terra, pelo Infinito,
procurei, em vão, o Céu e o Inferno.
Depois uma voz me disse:
Céu e Inferno estão em ti.


"Não vamos falar agora, dá-me vinho. Nesta noite
a tua boca é a mais linda rosa, e me basta.
Dá-me vinho, e que seja vermelho como os teus lábios;
o meu remorso será leve como os teus cabelos".


"Nesta noite caem pétalas das estrelas,
mas o meu jardim ainda não está coberto delas.
Assim como o céu derrama flores sobre a terra,
verto em minha taça o vinho da cor das rosas".


"Se em teu coração cultivaste a rosa do amor,
quer tenhas procurado ouvir a voz de Deus,
ou esgotado a taça do prazer,
a tua vida não foi em vão"





Imagem nº 1 - Omar Khayyam, poeta, astrónomo e matemático persa (1048-1131).
Retirada de: https://www.flickr.com/photos/cantwelljohn/5171046882

Cartoon do mês de Novembro de 2015

canta1.gif

Cartoon Magistral da autoria de Henrique Monteiro

Foto do mês de Novembro de 2015




Imagem nº 1 - François Hollande, Presidente da França, e David Cameron, Primeiro-Ministro do Reino Unido, prestam homenagem às 130 vítimas mortais dos atentados terroristas de Paris ocorridos na fatídica noite de 13 de Novembro de 2015.

Justiça para o Paco (artigo enviado por Karmen Barreiro)

O MEU NOME É PACO E ESTA É A MINHA HISTÓRIA

Olá! O meu nome é Paco... bem, era o que me chamaram quando me salvaram boas pessoas. Até lá não posso saber se tinha nome ou não porque nunca ninguém se importou comigo. Onde morava em S. Vicente, Rio de Moinhos, PENAFIEL, não tinha uma casota onde refugiar-me. Passava o dia e a noite amarrado a um poste, com uma trela que, por vezes, não me permitia deitar quando ficava enrolada. Quando chovia molháva-me e quando fazia calor sofria muito. A minha “dona” atual, decidiu não alimentar-me, pelos vistos, já não me lembro à quanto tempo, mas foi muito! Se não sabem, a minha raça é Dogue Alemão. Somos considerada a raça mais grande de cães. O meu peso normal varia entre os 60-80 Kg e eu pesava 27Kg. Até ao dia 22 de Outubro, eu não fui importante para ninguém porque ninguém achou estranho eu estar tão magro. Digo isto porque onde eu morava havia casas perto e até um prédio com famílias que conseguiam ver-me e de certeza que me conheciam... não compreendo... 
No mesmo dia, um senhor (Zé Pedro no facebook) de Ermesinde, se encontrava a fazer uma obra nas proximidades de um terreno próximo aonde eu me encontrava amarrado. Quando me viu ficou espantado! e contactou de imediato a GNR que demorou só 10min a apresentar-se na casa da minha dona. Ela ficou atrapalhada (agora sei que tinha motivo), a dizer que eu não era dela (mas não conseguiu explicar como é que eu me encontrava amarrado dentro da sua propriedade..) Depois reconheceu que me tinha encontrado abandonado, à pouco tempo, que me tinha recolhido e levado ao veterinário. Pelos vistos, o veterinário lhe contou que eu tinha uma doença com um nome esquisito que a minha “dona” não conseguia pronunciar (Leishmaniose) e que ela, estando desempregada, não tinha dinheiro para pagar o meu tratamento. Por isso, tento compreender que era melhor deixar-me morrer á fome do que pedir ajuda ou libertar me. Foi feita queixa-crime e fui levado para o Canil Municipal de Penafiel nesse mesmo dia.
O Zé Pedro fez um pedido de ajuda no facebook com duas fotografias tiradas por ele quando me encontrou. Dizia assim: 22/10 as 16:23 “Alguma associação de animais poderá ajudar este pobre cão. Está preso sem comer e sem beber a dias. Vai ser retirar do os donos e vai ser levado para canil de Penafiel. Está a precisar de tratamento urgente.” 
Uma alma caridosa não ficou indiferente (Ana Costa no facebook) e entrou em contacto com ele para receber informações. Ana Costa enviou as fotografias para uma amiga em Esmoriz (Karmen Arturo no facebook) e o texto que as acompanhava dizia assim: “Será que podemos ajudar este cão?” 
Nesse mesmo dia, a Ana Costa tentou entrar em contacto com o Canil de Penafiel para tirar-me de lá mas explicaram que pelas horas que eram e por não estar a Médica Veterinária do Município de Penafiel eu não podia ir embora nesse dia. 
No dia a seguir, a Ana Costa começou a telefonar para o Canil ás 9h para falar com a Médica Veterinária mas foi informada por um funcionário de que só por volta das 16h, do dia 23 de Outubro, a mesma se encontraria no Canil.
O Sr Zé Pedro foi pessoalmente a essa hora para me levar, mas só consegui sair de lá depois de que fosse pago e colocado o microchip. Entretanto, durante a manhã, Karmen Arturo pediu ajuda a “Os Animais da Quinta da Charca/D. Constança” (Comunidade no facebook) que não duvidou em ajudar-me, sempre que alguém me leva-se até a Clínica Veterinária de Esmoriz onde a Veterinária já estava à minha espera. Às 17:30 o Zé Pedro conseguiu tirar-me do Canil de Penafiel e me levou pessoalmente até Maia ter com Ana Costa. Ela me levou até o Porto onde Karmen Arturo e Rita Couto me recolheram e me levaram até a Clínica em Esmoriz onde entrei ás 19h45mn. Uffff!!! Quantos amigos num dia! 
Lembro-me da cara de espanto de todos quando começaram a examinar-me. Ninguém acreditava que eu ainda estivesse vivo. Eu estava muito enjoado e estivem sempre a vomitar. Nesse dia fiquei internado em estado crítico. Karmen Arturo decidiu nesse dia adoptar-me junto com o seu marido. Como ela era enfermeira já estava a preparar tudo na sua casa para me tratar lá! Até uma cama só para mim, doação da Quintinha da Charca estava à minha espera! E ia ter 3 amigos junto com os meus donos: 2 cães e 1 gato!!
Mas já era tarde... No dia 24 de Outubro continuava muito doente, de aí a Veterinária decidir que deveria continuar internado. A minha temperatura corporal não subia e ainda que tudo dizia que eu ainda era novo em idade o meu estado de desnutrição em grau máximo não me permitia recuperar. Às 15h entrei em paragem cardiorespiratória, fui entubado e conectado a um respirador. Consegui recuperar passada 1 hora, mas às 18h do dia 24 de Outubro tive uma segunda paragem cardio-respiratória e o meu fraco coração não conseguiu aguentar.
E assim acaba a minha história. Uma história triste com final feliz. Triste porque tive uma vida miserável e já à muito que me tinha rendido. Feliz porque durante 2 dias fui acarinhado por pessoas desconhecidas que me mimaram e me sussurraram ao ouvido o lindo que eu era. Que me acariciavam e me diziam coisas bonitas para que eu resisti-se. Me abraçaram para ver se conseguiam aquecer me, até umas meias tinham ido a buscar para colocar nas minhas grandes patas!
Agradeço tudo o que elas fizeram por mim. Fui chorado, muito chorado quando parti. Ao final sempre existia alguém que gostava de mim. Tive um funeral digno, rodeado de pessoas que me acompanharam e me choraram como se de um familiar delas se tratasse. A todas essas pessoas o meu mais agradecido obrigado. Á minha antiga “dona” não lhe desejo mal, só desejo que se faça Justiça.





Este texto foi-nos enviado por Karmen Barreiro, e sendo este blog acérrimo defensor dos direitos dos animais e da natureza, decidimos publicar o artigo.


Correio dos Comunicados Políticos - União de Freguesias de Ovar dá mais magia ao Natal

A União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã volta a organizar espectáculos de Magia a pensar nas crianças que frequentam o ensino pré-escolar e básico.
Neste Natal, entre 7 e 27 de Dezembro, o Mágico Manolo vai presentear as crianças com os seus truques com uma vertente educativa, com os quais as crianças vibram e são convidadas a participar.
O Mágico Manolo é uma pessoa muito divertida e isso fica sempre bem evidente em todos os seus trabalhos. De um espectáculo onde os truques vão trocando de lugar a uma boa gargalhada é um passo. A diversão está garantida.






Correio dos Comunicados Políticos - PSD Ovar acusa o executivo de União de Freguesias de Ovar de recusar reunião

Exmos Senhores da Comunicação Social

O PSD Ovar e membros do PSD na Assembleia da União de Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente (União), reuniram-se com o Atlético Arada Clube para se inteirar dos factos ocorridos relativos à utilização do Pavilhão Gimnodesportivo de Arada.

Acto continuo, foi remetido um pedido de agendamento de reunião com o Executivo da União para inteirar dos argumentos aduzidos por esta autarquia na recusa da legitima pretensão daquele clube e que seria replicável para outras instituições e associações.

Tal pedido foi recusado por aquele Executivo com o fundamento que " ... a União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã está apenas disponível para dialogar com os dirigentes do Arada atlético Clube, com vista ao cabal esclarecimento da situação em apreço...".

O PSD Ovar não é intermediário de UMA instituição mas o veiculo encontrado por VÁRIAS instituições da União para reportar as preocupações com a deriva orçamentalista e pseudo legalista que o seu Executivo tende a seguir neste mandato.

Enquanto instituição responsável que acompanha, fiscaliza e crítica as orientações políticas daquele Executivo, tem todo o direito de apresentar propostas – como o fez para as GOP’s e Orçamento de 2016 – reportar situações e propor as soluções que considerem mais adequadas, dentro do quadro legal e regulamentar existente, e que promovam as nossas instituições culturais, recreativas e desportivas que convém acarinhar e potenciar.

Se o Executivo da União respeitasse o Estatuto da Oposição poderia ter recebido, da parte do PSD Ovar, uma proposta de solução, dentro do atual quadro legal e regulamentar, que seria útil para todos em prol do desenvolvimento cultural, desportivo e económico deste amplo território que é a União de Freguesias.

A Comissão Politica do PSD Ovar

Barrinha de Esmoriz gera debates entre especialistas

As obras de reabilitação da Barrinha de Esmoriz poderão arrancar muito em breve, contudo o projecto que está em cima da mesa poderá não originar consensos entre especialistas e membros de colectividades ambientais.
Em causa, não está só a necessidade fulcral de eliminar os focos poluentes, como é também essencial que as intervenções não provoquem a debandada de várias espécies inerentes à avifauna e que se encontram no meio envolvente.
Por outras palavras, existem biólogos e amantes da natureza que defendem acções que se concentrem exclusivamente na génese dos principais problemas da Barrinha (isto é, as pragas da poluição e do assoreamento), sem mexer muito na configuração exterior da lagoa, o que poderia afugentar, por exemplo, várias colónias de aves. As obras de reabilitação são necessárias, mas não devem transformar um "sítio ambiental repleto de biodiversidade" numa "lagoa turística" para consumo maioritariamente humano. Não é pois essa a essência da Barrinha. E é isto que gera imensas preocupações neste preciso momento. 
Arménio Moreira, Presidente do Movimento Cívico Pró-Barrinha, é uma das personalidades que não foge muito a esta opinião, alegando que é imperioso identificar e neutralizar as fontes poluentes, além de que os procedimentos na vertente exterior devem ser limitados, isto é, no seu entender, bastava apenas concretizar o projecto da ponte (conectada por passadiços de ambos os lados) que outrora chegou a garantir a ligação entre Esmoriz e Paramos. 
Também a nossa opinião é idêntica. As intervenções na Barrinha são essenciais (isso nem se discute!), mas é lógico que o seu impacto não deve comprometer a riqueza da fauna e da flora que ainda abundam no espaço. Isso seria destruir a essência da Barrinha, seria forçá-la a ser, a partir de agora, apenas "amante do homem". E a lagoa não poderá ser vassala do egoísmo humano. 
Façamos votos para que os mentores das obras demonstrem zelo e conhecimento de causa durante as intervenções que venham a ser colocadas em prática. Por vezes, é necessário saber encontrar um "meio-termo" e conciliar as vertentes propostas (a naturalista e a humana).


Foto da autoria de José Fangueiro

Amigos do Cáster promoveram conferências e concurso de Fotografia

Os Amigos do Cáster, colectividade de cariz ambiental, promoveram o XI Encontro de Fotografia da Cidade de Ovar que teve lugar no Centro de Arte de Ovar, entre os dias 14 e 15 de Novembro. 
Além da competição fotográfica que incidiria na vertente naturalista e que atrairia diversos participantes, decorreu igualmente uma onda de palestras que juntou biólogos e botânicos especialistas (como Milene Matos, Rubim Almeida ou Eduardo Ferreira), fotógrafos (portugueses e estrangeiros), documentaristas, ilustradores bem como outros amantes da natureza. Foram ainda apresentadas duas brilhantes exposições de fotografia: uma de pendor colectivo (esta exibia imagens ambientais muito diversificadas obtidas por variados fotógrafos), e outra sobre o falcão peregrino (considerada a ave mais rápida do mundo) da autoria de Eduardo Barrento. 
O encontro permitiu igualmente a divulgação de alguns dados curiosos, ao nível da biodiversidade, para a região de Ovar Norte, a qual inclui a Barrinha de Esmoriz, o Parque Ambiental do Buçaquinho e a vasta rede florestal envolvente. De acordo com as apresentações, ficamos a saber que, em termos de fauna, foram avistados recentemente na nossa zona alguns animais interessantes tais como: toirões, javalis, raposas, ginetas, texugos e morcegos. No âmbito da flora, foi possível elencar as seguintes espécies que podemos vislumbrar na nossa área: cardos-marítimos, chorões, espigas, tojais, narcisos das areias, trevos-comuns, jasione marítima, entre outras.
Por outro lado, os conceituados oradores defenderam ainda a necessidade de combater a erosão costeira (através da preservação do sistema dunar) e as plantas invasoras (como por exemplo: as acácias ou as austrálias; neste ponto, abordou-se igualmente a situação controversa dos eucaliptos). 
O evento encerrou com a apresentação dos resultados do Concurso de Fotografia Ambiental. O grande vencedor foi Mario Cea Sanchez que apresentou a fotografia laureada “La Ventana al Universo” (Salamanca-Espanha). Esta imagem retrata originalmente uma modesta janela de madeira, lateralmente trepada por um pequeno réptil e da qual se poderia contemplar as estrelas do Firmamento. A conjugação de cores desta fotografia foi determinante para convencer o júri. 
Para além do prémio principal, houve igualmente outras categorias que foram valoradas pela organização (por exemplo: na categoria de Ovar, a fotografia Parasitising de Joaquim Aurélio foi a premiada).
O evento motivou ainda uma adesão significativa por parte dos cidadãos que não hesitaram em efectuar diversas questões aos protagonistas. 





Foto Premiada - “La Ventana al Universo” da autoria de Mario Cea Sanchez (Salamanca-Espanha)

Sporting Clube de Esmoriz obtém triunfo forasteiro e já respira melhor...

O Sporting Clube de Esmoriz saiu vitorioso na deslocação ao terreno do Carregosense. O triunfo foi pela margem mínima (1-0), mas permite à equipa somar 3 preciosos pontos, deixando o 15º lugar para ascender à 12ª posição da I Distrital de Aveiro. 
Entretanto, o novo Presidente do Clube, João Godinho, acaba de nomear Dinis Resende (antigo coordenador do futebol de formação do Beira-Mar SAD) como novo Director Desportivo da instituição. 




Sacramento do Crisma administrado em 55 jovens

No passado domingo de manhã, foi administrado o Sacramento do Crisma a 55 jovens, durante a cerimónia oficial que teve lugar na Igreja Matriz de Esmoriz. A Eucaristia foi presidida pelo Bispo Auxiliar do Porto, D. João Lavrador, que foi exemplarmente coadjuvado pelo incansável Padre Fernando Campos. 
D. João Lavrador irá tornar-se, em breve, Bispo Coadjutor de Angra (Açores), pelo que terá sido a última vez em que se encontrou numa acção solene realizada na Paróquia de Esmoriz. 
Não poderíamos deixar de realçar que este foi um dia diferente para mais de meia centena de jovens que consolidaram assim as suas convicções cristãs junto das suas próprias famílias.




Foto - Normando Ramos/Comissão de Melhoramentos de Esmoriz

Centro Comunitário comemorou 15 anos de existência

Neste passado Sábado, o Centro Comunitário de Esmoriz comemorou 15 anos de existência. As cerimónias tiveram lugar nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz, congregando assim a presença de inúmeros cidadãos. Estiveram igualmente presentes personalidades da região que não deixaram de elogiar o papel desenvolvido por esta IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) em prol das famílias mais carenciadas. Além da gala oficial, decorreram ainda actuações de ginástica artística, ballet e dança diversificada.
Da nossa parte, aproveitamos igualmente para felicitar o Centro Comunitário de Esmoriz por este seu novo marco histórico e que a colectividade continue a servir a comunidade, obedecendo aos valores de altruísmo e nobreza.




Foto - Centro Comunitário de Esmoriz

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Extra-Esmoriz XXII - Câmara Municipal de Espinho aposta na tecnologia de iluminação LED

A autarquia de Espinho começou, nesta semana, a substituir 2500 lâmpadas convencionais por tecnologia LED, de modo a poupar na factura da iluminação pública. O investimento poderá superar os 700 mil euros, embora o mesmo seja comparticipado em grande parte por fundos comunitários.
De acordo com um comunicado do referido município, "uma grande parte das novas lâmpadas são dotadas com tecnologia de telegestão, permitindo um controle à distância da intensidade luminosa em períodos de menor vida nocturna e necessidade social, consubstanciando menor consumo, maior tempo de duração da lâmpada, melhor rendimento, melhor controlo e estabilização dos componentes".
A requalificação da iluminação pública no concelho espinhense estará concluída até ao final deste ano.




Foto - Diário Digital - Sapo

Esmoriz Ginásio Clube deu passo importante em Vila do Conde

O Esmoriz Ginásio Clube somou mais uma vitória importante, ao triunfar no terreno do Vilacondense por 3-2 em sets. Tratou-se dum jogo intenso que resultou nos parciais de 26-28,  25-21, 33-31, 21-25 e 13-15 (com o Esmoriz a ser a turma forasteira). 
Este resultado permite à equipa da Barrinha permanecer na 7ª posição com 10 pontos em 8 jogos. Se a tendência positiva se mantiver, o Esmoriz Ginásio Clube poderá entrar na luta pelo acesso ao playoff ou série dos melhores, fase em que esteve presente há dois anos atrás.
Entretanto, soubemos ainda que o central Leonel Gomes foi eleito pelos fãs da página da Federação Portuguesa de Voleibol como o MVP da semana depois de ter marcado 21 pontos no último jogo frente ao GC Vilacondense.




Foto oficial do Plantel do Esmoriz Ginásio Clube para a  Época 2015/2016
Direitos da Foto - EGC

João Godinho é o novo Presidente do Sporting Clube de Esmoriz

O sufrágio decorreu na manhã do passado Domingo (dia 15 de Novembro). João Godinho liderava uma lista única que naturalmente seria eleita para gerir o futuro do Sporting Clube de Esmoriz. O novo presidente não terá muito tempo para festejar, pois o clube necessita urgentemente de reencontrar um rumo estável que se traduza na melhoria dos resultados desportivos.
Ao fim de 10 jornadas, e depois de uma longa crise directiva, o Sporting Clube de Esmoriz ocupa a 15ª posição (um lugar acima da linha de água), somando apenas 8 pontos. A próxima deslocação ao recinto do Carregosense poderá ser determinante para a turma da Barrinha.



Corta-Mato Escolar em Esmoriz mobilizou quase um milhar de alunos

O Agrupamento de Escolas de Esmoriz promoveu, nesta passada quarta-feira de manhã (dia 18 de Novembro), o "Corta Mato Escolar - 2015", evento que teve lugar na Escola Florbela Espanca.
Ao todo, participaram nas diversas provas, distribuídas por escalões (masculinos/femininos - infantis A, infantis B, iniciados, juvenis, juniores e alunos com necessidades educativas especiais), cerca de 920 alunos, número que confirmou então uma adesão bastante elevada. Os participantes pertenciam às Escolas Florbela Espanca, Secundária de Esmoriz e Básica de Maceda.
Por outro lado, não faltou boa disposição, entusiasmo e alegria nos mais novos. Professores, empregadas e encarregados de educação incentivaram ainda os pequenos corredores.
A organização, que ficou a cargo dos Professores de Educação Física do mencionado agrupamento, pautou-se por um tremendo sucesso. Também estiveram presentes no local os bombeiros e a GNR de Esmoriz que zelaram pela segurança em torno do evento.



































Câmara Municipal de Ovar entrega moradias da Habitação Social da Praia

É praticamente o culminar de uma causa que já se arrastava há mais de duas décadas. O projecto em questão só arrancou finalmente em 2013, quando o executivo ainda liderado por Manuel Oliveira aprovou, em sessão camarária, a empreitada que visava a construção de uma Habitação Social na Praia de Esmoriz com capacidade para 30 fogos e que realojaria assim as famílias que vivessem em condições degradantes e enfrentassem ainda a ameaça do avanço marítimo.
Durante os dois anos seguintes, o projecto foi colocado em prática e mereceu igualmente o apoio incondicional da nova equipa liderada por Salvador Malheiro que procedeu, nesta quinta-feira (dia 19 de Novembro), à atribuição das novas moradias às respectivas famílias. Muito em breve, estes núcleos familiares deverão usufruir de um lar mais moderno e seguro.
Neste ponto em concreto, somos obrigados a reconhecer a importância deste procedimento. Todavia, o problema da erosão costeira perdura, e certamente, existe ainda uma boa parte da comunidade piscatória que se encontra em situação de risco.









Nota-extra: Recorde-se que o investimento total em torno deste projecto (agora praticamente concluído) terá rondado os 2,2 milhões de euros.

sábado, 14 de novembro de 2015

Os Jihadistas atacaram o coração da Europa...

Não há muitos adjectivos que nos permitam descrever o horror e o terror que foram ontem testemunhados em Paris. Através de acções coordenadas e decerto planeadas com bastante precedência, oito terroristas (aparentemente conotados com o Estado Islâmico) semearam uma infindável mortandade pelas ruas da capital francesa e na sala de espectáculos Bataclan. Registaram-se atentados suicidas nas proximidades do Stade de France, situação que evitou, durante horas, a devida evacuação dos milhares de espectadores que assistiam ao França-Alemanha. No entanto, os maiores estragos humanos foram causados na mencionada sala de espectáculos, onde 2 ou 3 atiradores entraram a disparar indiscriminadamente sobre qualquer ser humano que lhes aparecesse à frente. Gritavam eles o nome de Alá, como se este permitisse tal selvajaria e desprezo pela vida humana!
De acordo com o último balanço oficial conhecido, já estão confirmadas as mortes de 129 pessoas (de entre os quais, um português e uma luso-descendente), mas o número deverá ainda aumentar, dado que existem várias dezenas de feridos em estado crítico (serão 99 ao todo, os que estarão a lutar, neste momento, pela vida nos hospitais). A França e a própria Europa viveram um pesadelo que julgavam impensável. As ondas de solidariedade percorreram o mundo inteiro, inclusive nas próprias redes sociais. A civilização moderna ocidental sofreu, nesta maldita sexta-feira 13, um duro golpe, mas os seus detractores não a derrubarão facilmente, porque defenderemos a nossa identidade até à última gota de sangue.
O Estado Islâmico provou mais uma vez ao Mundo que não merece ter lugar em pleno século XXI. As suas actividades profundamente "medievais", repletas de barbárie, têm de ser erradicadas do nosso globo! Esperemos que alguns líderes políticos ocidentais tenham finalmente acordado para essa realidade, porque esta ameaça não pode ser subestimada da mesma forma como foi nos últimos tempos. Os jihadistas fizeram (ao que tudo indica) explodir um avião russo no Sinai, e ontem levaram a cabo o pior atentado terrorista de sempre em Paris. 
No entanto, existem outras leituras que devem ser extraídas, mesmo que isto custe muito aos analistas. Dentro deste contexto, e aquando dos hediondos ataques à sede da revista francesa Charlie Hebdo (7 de Janeiro de 2015), defendemos que era urgente uma postura mais firme contra o terrorismo e um maior controlo das vagas de imigrantes. Todavia, parece que muito pouco foi feito nesse sentido. Os países europeus descuraram as suas seguranças internas, ao abrirem, muitas vezes, de forma desorganizada, as suas fronteiras a tantas vagas de refugiados que haviam assolado recentemente a Europa. É evidente que esta conjuntura se tornou ideal para a infiltração de células terroristas, visto que as lacunas ao nível do controlo deste fenómeno migratório são inúmeras. Todavia, não poderemos cair na tentação das generalizações abusivas, porque decerto que existem muitos sírios de boa fé que merecem ser efectivamente ajudados a reconstruir uma vida nova. É que aquilo que vimos em Paris, acontece diariamente em cidades, vilas e aldeias sírias, sem que o Ocidente e a ONU tivessem feito algo de relevante para travar o conflito macabro que vigora desde 2011. Pior, algumas indústrias de armamento dos EUA, Alemanha e Arábia Saudita continuam a enviar meios de carnificina para o terreno com os resultados que todos já conhecemos. Recordamos ainda que há poucos dias 200 crianças terão sido executadas pelos jihadistas da Síria, sem que o mundo reagisse da mesma forma a tal atrocidade. A Europa e o Mundo Moderno precisam de acordar de vez, e encarar o problema de frente. Não bastam os bombardeamentos pontuais ou cirúrgicos, é imperioso que se envie uma força internacional de paz para uma intervenção terrestre na Síria e no Iraque, de forma a exterminar aquela praga de assassinos. Continuar a ignorar esta solução, a única possível, só nos trará mais dissabores.
Por fim, resta-nos enviar condolências aos familiares das vítimas mortais, e desejar que todos os feridos (ou o maior número possível) possam recuperar...


Foto sobre os atentados ocorridos em Paris (13 de Novembro de 2015). Autoria: Yoan Valat/EPA

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Espinho aprovou projecto de requalificação ambiental da Barrinha e poderá ter dado um passo importante

O Projecto de Execução da Requalificação e Valorização do “Sítio” da Barrinha de Esmoriz-Lagoa de Paramos foi aprovado, por unanimidade, em reunião da Câmara de Espinho, apenas no passado dia 9 de novembro de 2015.
A área de intervenção está inserida dentro do Sitio de Importância Comunitária (SIC) e abrange uma área de cerca 197ha (hectares), dos quais 86ha localizam-se no concelho de Espinho. Na opinião das autarquias, sendo que os Municípios de Espinho e Ovar são detentores de um elemento identitário tão singular, a Barrinha de Esmoriz-Lagoa de Paramos constitui um sistema com elevado valor paisagístico, faunístico e florístico.
“Esta lagoa costeira é o espaço natural mais importante do concelho de Espinho e de Ovar e um dos mais importantes em todo o litoral a norte da Ria de Aveiro”, frisou Pinto Moreira, presidente da edilidade.
A competência da execução da empreitada de Requalificação e Valorização da Lagoa de Paramos/Barrinha de Esmoriz é da Polis Litoral da Ria de Aveiro e o processo de estudos, planeamento e pareceres decorre desde 2011, com contributos técnicos dos dois municípios, da APA e de outras entidades com a tutela territorial.
Em termos gerais, a intervenção prevê a recuperação do Sistema Aquático, a recuperação do Dique Fusível e Consolidação da Natureza, a requalificação das Margens da Barrinha e do Cordão Dunar e a realização de Percursos e Zonas de Estada e Lazer, onde estão incluídos trabalhos de instalação de passadiços e caminhos, de pontes, de cais flutuante e de observatório das aves.
A empreitada prevê ainda a execução e melhoramento dos parques de estacionamento e instalação de pórticos e mobiliário urbano.
Segundo o comunicado da Câmara de Espinho, “o cronograma do Projecto de Execução prevê que a empreitada será realizada num prazo de aproximadamente 20 meses”.


Notícia retirada do Site OvarNews
Foto da autoria de Guizel J. C.

"A Má Língua" - O Primeiro Jornal a nascer em Esmoriz (4ª Reportagem Celebrativa dos "1500 Textos")

"Acordai povo, acordai! Já saiu mais uma edição d'A Má Língua. Vamos ver quem é agora o alvo gratuito da crítica popular".


"A Má Língua" foi um pequeno jornal que nasceu no ano de 1904 (ainda nos tempos derradeiros da Monarquia Portuguesa) pela mão dos senhores Paulo Fernandes de Sá e Lino Pereira Leça, na altura, duas pessoas que faziam parte da fina flor da mocidade esmorizense. Apesar da publicação só ter conhecido seis números (o que atesta a sua efémera duração), a verdade é que nos transmite claramente a identidade bairrista de um povo. 
Cada edição chegou a merecer a reprodução de três ou quatro dúzias de exemplares impressos (será que nos dias de hoje ainda se conserva algum?), os quais eram distribuídos pelas praias e outros espaços públicos da então aldeia de Esmoriz. Os mentores - Paulo Sá e Lino Pereira - recorriam à utilização de pseudónimos curiosos. Assim sendo, Paulo era o "Rival" e Lino seria o "Zig Zag".  O editor da folha era o Sr. Peixinho que subscrevia os seus artigos com os heterónimos de "Durius" ou de "Demétrio". 
Com base numa análise efectuada pelo célebre cidadão esmorizense Sá Ferreira (num artigo publicado em 1993), sobre a composição e organização em torno do primeiro número desse jornal (saído a 8 de Setembro de 1904), podemos logo concluir que várias temáticas sociais foram passíveis de análise nomeadamente: a instrução, a educação, as crónicas da pátria, a obsessão cruel pelo dinheiro, a componente literária, o debate de enigmas...
No entanto, o pasquim foi "sol de pouca dura", dado que a ausência de apoios privados e o elevado analfabetismo popular não favoreceram a sua afirmação local. Ainda assim, as edições reflectem as intenções dos seus autores em combater a indiferença, pugnando pelo progresso da sua terra. O recurso a pseudónimos por parte de redactores esmorizenses também poderá encontrar aqui a sua génese.
O estilo editorial jocoso, mas em simultâneo, intelectual conseguiu dotar esta publicação de originalidade. Segundo Sá Ferreira, o jornal seria copio-grafado numa folha de papel costaneira e escrito à mão.
Os espíritos acesos e irreverentes daqueles três moços "reencarnaram" certamente noutros escribas esmorizenses que diariamente continuam a lutar pelo progresso desta terra plantada à beira-mar.
Infelizmente, não logramos aceder a nenhum exemplar "resistente" desse antigo jornal, contudo não poderíamos deixar de veicular as informações que conseguimos apurar em torno da sua existência.









Poema Humorístico e Bairrista do Cusco de Esmoriz dedicado ao Jornal A Má Língua


Nós todos somos más línguas,
Com muito orgulho e devoção!
Denunciamos cada festival de hipocrisia
Dos falsos púdicos e moralistas
Que nos enfastiam com a ilusão!!!
Ai ai ai! Que eles não gostam de nós,
Paciência, enviemos um grande melão para eles!!!  
Preferimos ser antes cuscovilheiros e perspicazes,
Do que filhos da vã indiferença!!!
Respeitem as nossas destemidas "más línguas",
Essas que sempre defenderam a nossa terra,
No seu engrandecer da filosofia bairrista,
No seu zelo pelo progresso local
Num grito difundido por todo o mundo:
Sim, os esmorizenses são superiores em erudição,
Ora por tradição ora por convicção!
Somos e seremos más línguas, sim senhora, 
Mas não, não somos invejosos, 
Porque sabemos que reside em nós a intelectualidade,
Nem tampouco somos vendidos,
Porque todos querem afinal ser da terra da Tanoaria!
Quanto aos outros, olhai aí para a vossa dor do cotovelo,
Coloquem pomada por precaução,
Porque vêm aí o Rival, o Zig Zag e o Peixinho,
Ai ai ai...
Eles estão mal-dispostos!!!
Escondam-se debaixo da mesa,
Avizinha-se um terramoto de pseudónimos
Com um elevado grau na escala de Richter
Que logo fará abanar as elites vaidosas,
Neste eterno combate contra a resignação!



Nota-extra: Este poema, redigido de forma muito simplista, deve ser lido em jeito de humor, embora esteja evidentemente implícita uma lição moral que se deve extrair no meio disto tudo. O povo de Esmoriz tem um enorme orgulho na sua identidade, e não hesita em defender o seu bairrismo, mesmo que para isso tenha de ser, de vez em quando, "má língua". Mas uma coisa é certa - somos uma comunidade com grandiosas virtudes.



Referências Consultadas:


  • AMORIM, Aires de - Esmoriz e a sua História. Esmoriz: Comissão de Melhoramentos de Esmoriz, 1986.
  • FERREIRA, José de Sá - A Má Língua in Revista Esmoriz Recordando o seu Passado. Ed. Danças e Cantares de Santa Maria de Esmoriz. Gráfica Brandoense, 1993. 

O Simbolismo do Brasão de Esmoriz (3ª Reportagem Celebrativa dos "1500 Textos")




Imagem retirada da Capa da Revista "Esmoriz - Recordando o seu Passado"



Apesar da componente estética ser discutível para alguns, a verdade é que enaltecemos o facto de o Brasão de Esmoriz obedecer a critérios históricos bem definidos. Por outras palavras, pensamos que o mesmo reflecte a identidade da nossa terra, o que é de realçar, dado que alguns dos brasões, conhecidos por este país fora, apresentam facetas muito discutíveis e até controversas que se desviam do rigor científico.
Feita esta primeira ressalva, é altura de procedermos à descrição de cada detalhe que ocupa lugar neste Brasão. Em primeiro lugar, identificamos as 5 torres (coroa mural) que condizem com o estatuto citadino de Esmoriz, cenário que se vislumbra desde o ano de 1993. De acordo com as regras da heráldica, uma cidade tem o direito a ostentar 5 torres no cimo do brasão, enquanto que as vilas e aldeias/povoações simples apresentam 4 e 3 respectivamente.
Segue-se a terminologia em latim "Virtus in Labore" que confirma o espírito incansável da comunidade esmorizense que, através do seu trabalho, logrou prestar um contributo essencial para a evolução da terra. Esmoriz foi terra de agricultores, pescadores, tanoeiros, cordoeiros e de muitos outros.
Na "esfera central", repartida por três divisões de formato trilátero, destacamos na parte superior, uma imagem de Nossa Senhora. Como todos sabem, Esmoriz é uma Terra de Santa Maria que sempre presenciou um culto cristão bastante enraizado. Neste cenário de devoção popular, há a salientar que as principais festividades da terra são inclusive religiosas (é o caso das majestosas festividades em honra de Nosso Senhor dos Aflitos e de Nossa Senhora da Boa Viagem, do Nosso Senhor das Febres em Gondesende e ainda do São João no Campo Grande). Além disso, a terra conta com vários templos de inequívoca tradição: igrejas, capelas e ermidas. O primeiro pároco conhecido na História de Esmoriz encontra-se datado para os séculos XII-XIII, mas crê-se que a veneração seja ainda mais antiga.
Nas duas faixas "triláteras" inferiores, encontramos, desde logo, à esquerda, dois barcos à vela no Mar ou na Barrinha de Esmoriz, o que realça a tradição da pesca na localidade bem como a importância dos recursos marítimos e lagunares para o seu desenvolvimento histórico. Durante séculos, o Mar e a Barrinha asseguraram a subsistência de uma comunidade essencialmente rural e piscatória, enquanto que a própria praia dinamizou a afluência turística. Por seu turno, à direita, detectamos a representação de fábricas e de um barril (e ainda de uma corda à volta?), numa clara alusão à Tanoaria que se manifestou, de uma forma especial, nesta localidade. A produção de pipas, barris e tonéis que depois serviriam para albergar o prestigiante Vinho do Porto (e não só!) foi uma arte minuciosamente desenvolvida por este povo. Recorde-se que os primeiros tanoeiros naturais de Esmoriz (porém operando noutras localidades) remontam ao século XIX, embora a indústria só se tenha instalado na nossa terra a partir dos inícios do século XX. Por outro lado, a ilustração daquelas fábricas também nos permite estender a nossa interpretação a todas as indústrias que aqui se implantaram, com maior ou menor impacto, nomeadamente relacionadas com a cordoaria, tapeçaria, transportes, produtos tecnológicos, e que assim geraram empregos bem como uma acentuada produção económica.
Por fim, observamos duas mãos abertas que erguem à História e ao Mundo o legado das gentes de Esmoriz e aquilo que a comunidade tem para oferecer ao exterior. O espigo de trigo que se encontra junto às referidas mãos simboliza a prática agrícola que, embora não seja tão evidente nos dias de hoje, foi uma realidade que esteve muito presente desde, pelo menos, a Idade Média (senão até antes!) até à primeira metade do século XX.
Em suma, este brasão espelha um povo devoto, trabalhador e humilde que, através da conjugação dos seus dons multifacetados e milenares, alcançou prestigiantes feitos que jamais serão esquecidos.

Como Orlando Santos via o saudoso Esmoriztur em 1993


Cine Teatro Esmoriz Tur - Centro Distrital de Cultura


Quando, há cerca de vinte anos, um punhado de esmorizenses se abalançou na construção do complexo "Esmoriztur", nunca terá pensado na influência cultural que viria a ter na região e, muito menos, na sua projecção nacional.
Na realidade - nesses tempos áureos do cinema - foi imperativa a construção duma sala destinada, essencialmente, ao "celulóide" e, eventualmente, a espectáculos participados pelos "nossos artistas". 
Com o advento dos vídeos e das loucuras da TV, em pouco tempo a exploração cinematográfica definhou e centenas de cinemas fecharam as portas em todo o país. O "Esmoriztur" resistiu!
Reconvertido o sistema de exploração, alterada a filosofia cultural da até então utilizada, a génese que esteve na sua origem não passa hoje de expressão irrelevante. E se os filmes continuam a ser exibidos regularmente deve-se, apenas e só, ao respeito pelos espectadores (poucos) que ainda o frequentam. 
Agora, a realidade é outra. Aproveitadas as excelentes instalações (consideradas das melhores do país) e a sensibilidade cultural do povo esmorizense - significativamente apurado em relação ao meio em que está inserido - em pouco mais de três anos o Cine Teatro Esmoriztur transformou-se no centro cultural do Distrito de Aveiro. Além de ser a sala que mais espectáculos apresenta (não incluindo, naturalmente, as sessões cinematográficas), é na sua diversificação e qualidade que assenta o prestígio de que goza no país.
Pelos seus palcos passaram já os maiores cartazes do espectáculo: revista, drama, comédia, declamação, dança, ballet, fado, variedades e até... magia e patinagem artística! Nas suas instalações, conferências e seminários têm marcado presença quase periódica, muitas vezes com participação internacional, além de variadas exposições, nomeadamente de artesanato ao vivo.
Desta plêiade de eventos, já quase considerados habituais, alguns há que se destacaram por excepcional qualidade artística ou projecção internacional.
Em pouco mais de um ano, Esmoriz viveu três acontecimentos inesquecíveis: Concertos pela Regie Cooperativa Sinfonia (dois em menos de um mês!), Festival Internacional de Cinema de Animação e Concerto pela Orquestra Ligeira do Exército. 
Deste Concerto, pouco há a dizer. Realizado há poucos dias, ainda está bem vivo na memória de quem assistiu a este magnífico espectáculo.
O Festival Internacional de Cinema de Animação - Cinanima 92 - foi acontecimento ímpar na sala do Esmoriztur: durante uma semana, uma centena de estrangeiros, oriundos dos mais variados pontos do mundo, esteve presente neste certame de prestígio internacional. E milhares de espectadores puderam conhecer o que de melhor se produz no mundo nesta arte. Esmoriz, durante esses dias, foi notícia obrigatória em todo o mundo: nos jornais, nas rádios, nas televisões.
Da Regie Sinfonia, o melhor testemunho vem-nos da América, através do nosso conterrâneo Carlos Pais que sentiu, desta forma, o acontecimento: "... Quando compramos o bissemanal Luso Americano, de publicação local, com notícias dos portugueses e de Portugal, a primeira coisa, por imposição daquele laço, inquebrável, que nos une à Terra Mãe, é procurar, folha por folha, o nome de Esmoriz e tomar conhecimento da notícia que, pela sua importância, mereceu ser seleccionada, entre "milhares", e publicada. Algumas têm sido, infelizmente, que nenhum prestígio dão à nossa Terra. E depois, como a imprensa, por aqui, vive muito de "casos sensacionalistas", as piores, as mais desprestigiantes, merecem sempre as primeiras honras. Assim não foi no dia 29 de Dezembro de 1990! A edição do Luso Americano desse dia, pela caneta do Senhor Artur da Paz, num apontamento de fim de ano e como que a querer recordar o que de importante, de conceito positivo e dignificante, tinha acontecido, ou que de crítica positiva merecia, destacou o Concerto da Orquestra do Porto, Regie Cooperativa Sinfonia, apresentado ao público no "magnífico Cine-Teatro Esmoriztur e dirigido pelo maestro Jan Lathan-Koenig". Acompanha o apontamento uma fotografia do acontecimento. Olhamos a foto, lemos e relemos aquela media dúzia de linhas de texto e gastamos dez minutos neste acto renovador da consciência e das origens. Voltamos ao jornal no dia seguinte, repetindo o ritmo e ficamos cada vez mais perto! A nossa Terra está mesmo ali, frente a nós, naquela imagem cerebral"...


Texto da autoria de Orlando Santos
Com testemunho do emigrante esmorizense Carlos Pais




Foto do Cine-Teatro Esmoriztur em 1993



Nota-extra: Orlando Santos foi um dos fundadores da Rádio Voz de Esmoriz e ainda assumiu o papel de coordenador da revista local "Esmoriz-Recordando o seu Passado", de onde foi retirado o artigo publicado em cima. 
Pela credibilidade que este enormíssimo cidadão nos merece, não poderíamos deixar de apresentar este valioso testemunho, nomeadamente para mostrar aos jovens de hoje que aquele edifício arruinado já foi um dos grandes cartões-de-visita da cidade de Esmoriz. 
Orlando Santos tinha um profundo orgulho no seu "Esmoriztur" e naquilo que lá era produzido culturalmente. Neste momento, esteja onde ele estiver, penso que ele se sentirá desgostoso pelo actual estado do espaço que se encontra degradado e abandonado. Mas uma coisa é certa - a história deste importante pólo cultural jamais será furtada pelo presente indigno. A pujança de outros tempos não pode ser obliterada pela inércia ou até incompetência actuais.
Viva o Esmoriztur!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tempo de Incertezas

"É oficial: o governo caiu. A moção de rejeição ao programa de governo apresentada pelo PS foi aprovada. A moção de rejeição ao programa de governo apresentada hoje pelo PS foi aprovada, com votos a favor de todos os deputados de PS, PCP, BE, PEV e PAN (123). E votos contra de todos os deputados do PSD e do CDS (107). Não houve abstenções" (Diário de Notícias)




Foto - Gustavo Bom/ Global Imagens



Não me revejo em nada do que aconteceu hoje. Penso que deveria ser legalmente proibido que um governo recém-eleito pelo povo seja destituído desta forma, quando a coligação de esquerda que agora emerge, nunca foi sufragada. Aliás, esta lacuna constitucional (também existente noutros países europeus) permite que António Costa possa ser primeiro-ministro, mesmo quando foi o principal derrotado da noite eleitoral de 4 de Outubro. É claro que não podemos falar em "golpe de estado", terminologia que achamos ser exagerada e descontextualizada. Mas que o processo não foi o mais transparente, lá isso ninguém poderá negar. 
Quando tive conhecimento dos resultados das eleições, defendi que os mesmos deveriam ser respeitados. Que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas continuassem no governo, mas que fossem forçados a ceder e a abrandar com a carga fiscal através da pressão mais próxima do Partido Socialista. Pretendia-se um diálogo construtivo, e em simultâneo, um alívio gradual da austeridade. Era aí que entrava a posição estratégica do PS - evitar que PSD e CDS tomassem decisões controversas e duras para o povo português, e que estes ficassem somente pelas medidas mais consensuais ou unânimes. No entanto, António Costa enveredou por outro caminho - piscou os olhos aos dois restantes partidos de esquerda, e começou a esboçar um futuro governo, quando o povo não o escolheu para primeiro-ministro. Como é lógico, o Bloco de Esquerda e a CDU aceitaram as negociações que foram duras. O PS de António Costa poderá ter cometido o risco de abdicar de muita da sua identidade teórica para se aproximar destes dois partidos que se situam mais à esquerda. Na minha opinião, e embora não conhecendo o teor desse acordo, a verdade é que temo que o mesmo fracasse a breve prazo, porque os três partidos de esquerda são muito diferentes entre si. São mais as ideias que os desunem do que os princípios em si convergentes. 
Defendo um alívio da carga fiscal e da austeridade, mas também aviso, desde já, que é necessário não cair em exageros drásticos. Os partidos têm de servir da melhor forma possível o povo, mas tal não passa também por esbanjar dinheiro em projectos ou medidas irrealistas que podem deitar tudo a perder. É bom que os futuros governantes tenham essa noção da realidade.
Quanto ao Presidente da República, cuja actuação em todo este processo foi pouco cordial e/ou assertiva, só lhe resta agora uma opção - indigitar António Costa, porque verdade seja dita, o pior que nos pode acontecer é ficar com um governo de gestão, onde não teremos orçamentos aprovados nem sequer os compromissos nacionais/internacionais serão honrados. Além disso, convocar novas eleições daqui a 6 meses, é algo que pode sair muito caro ao país. 
Esperemos que o grave precedente que se abriu hoje não tenha continuidade no futuro, tanto a nível legislativo como autárquico. Defendemos pois que deveria ser, no futuro, introduzida uma norma que impedisse que cada governo eleito pelo povo (bem como o seu primeiro orçamento) pudesse ser vetado ou rejeitado durante o primeiro ano de mandato. Assim, evitava-se todo este circo mediático que ameaça descredibilizar a política, e afastar cada vez mais os cidadãos das urnas (com a abstenção a atingir recordes).
Não obstante tudo isto, desejamos boa sorte aos futuros governantes. Se forem bem sucedidos, será bom para Portugal, mas confesso que, até lá, tenho direito a manter as minhas reservas...

Cidadãos não entendem a morosidade das obras na Avenida dos Combatentes do Ultramar (e proximidades)




Foto: Álvaro Abreu Faria




Apesar da importância das obras em curso promovidas pela Câmara Municipal de Ovar que dotarão o espaço de uma maior dinâmica e funcionalismo, a verdade é que a morosidade das intervenções já está a suscitar muitas críticas por parte dos moradores vizinhos. Estes sentem-se condicionados em transitar nas imediações, tendo em conta o volume e a extensão das obras. 
Pensamos que as intervenções devem decorrer duma forma mais célere.



Silvino Gomes irá apresentar novo livro - "As minhas canções"

Encenador, actor e escritor, Silvino Gomes vai apresentar um novo livro no próximo dia 5 de Dezembro, evento que decorrerá no auditório da Junta de Freguesia de Esmoriz pelas 21:30. O representante máximo da colectividade teatral dos Arautos promete apresentar publicamente os versos que logrou compor na sua obra "As minhas canções". 
Além da apresentação do livro, estão previstas algumas actuações de natureza artística e cultural que deverão animar ainda mais o serão.




Eleições Intercalares no Sporting Clube de Esmoriz

No dia 15 de Novembro (próximo Domingo), irão realizar-se, entre as 10:00 e as 12:00 da manhã, eleições intercalares com vista à composição de novos órgãos sociais do clube. Os associados deverão trazer consigo o cartão de sócio e o cartão de cidadão/BI para que possam depositar o seu voto nas urnas.
A convocação de novas eleições foi motivada pela demissão recente da actual direcção. As listas interessadas em gerir os destinos do clube devem apresentar as suas candidaturas até ao dia 12 de Novembro. 
Espera-se que, após estas eleições, o clube possa encontrar um rumo directivo estável que possa contribuir para a melhoria imediata dos resultados. Neste momento, o Sporting Clube de Esmoriz ocupa a 16ª posição e precisa de voltar à senda das vitórias.




Os Fait-Divers da "Questão Síria"

Não querendo ser, desde logo, mal interpretado, deixarei aqui algumas considerações prévias. Como é óbvio, desejo que o povo sírio encontre a paz e a harmonia que lhe foram furtadas pelo Estado Islâmico e pelo regime ditatorial de Bashar al-Assad. No entanto, isso só será possível através do envio duma força internacional de paz para a região, de forma a travar a barbárie e permitir assim a reconstrução urgente dum país destroçado. Não há outra saída possível! E sim, penso que esta preocupação excessiva em torno dos refugiados não passa duma "hipocrisia" de alguns países ocidentais que são até (pasmem-se!) os maiores fornecedores de armamento para a região. Porque é que ninguém desmascara as indústrias de armamento que alimentam este conflito? Os poderes ocultos e a obsessão pelo lucro justificam tudo? A quem interessa ver a Síria arruinada e descredibilizada? Curioso que quase ninguém fez estas perguntas a quem de direito.
Apesar de tudo isto, defendo que se deva dar a mão aos refugiados, permitindo a integração destes nas sociedades europeias através da oferta de uma casa (com condições mínimas/dignas, e não habitações que a maior parte dos portugueses nem sequer usufrui), emprego e de uma formação inicial que lhes permita aprender a língua e os costumes do país onde eles passarão a viver. Até aqui penso que todos concordarão comigo. 
O problema é quando a generosidade atinge limites incompreensíveis. Li algures que os refugiados terão acesso a muitas regalias que nem os próprios portugueses têm direito. Um desses privilégios poderá estar com o acesso gratuito a algumas universidades, o que a confirmar-se, se tornará numa afronta para muitas famílias portuguesas que fazem sacrifícios diários para pagarem as elevadas propinas do ensino superior público de modo a tentarem assegurar um futuro (ainda assim, brumoso) para os seus filhos. Onde está aqui o princípio do tratamento igualitário? 
Enquanto toda esta cortesia acontece, há milhares de portugueses que passam fome ou que não têm tecto, mas talvez isso já não seja tão importante detalhar. Porque é que estes "portugueses" são diferentes dos sírios? Percebem agora porque é que eu sinto que isto é uma tremenda hipocrisia? Repito - o problema da Síria resolve-se na Síria, e é inadmissível como é que a ONU deixou arrastar este conflito macabro por tanto tempo. O fluxo migratório vai aumentar nos próximos anos, e infelizmente, novas tragédias continuarão a ocorrer nas rotas sinuosas que os migrantes seguem desesperadamente para fugir ao conflito. Pelos vistos, a morte trágica daquela criança curda (Aylan) que comoveu o mundo ainda não foi suficiente para abrir os olhos dos principais líderes mundiais. A Síria tem de voltar a ser livre e a viver em harmonia, e é exactamente aí que se tem de concentrar a ajuda externa (militar e solidária). É imperioso que se envie uma força internacional de paz (constituída por diversos países, ocidentais e orientais, laicos, cristãos e muçulmanos) e se assegure um elevado abastecimento alimentar, este alcançado através de donativos ou de eventos solidários a realizar por todo o mundo.
A Síria está a auto-destruir-se, e o Ocidente finge ser amigo daqueles que conseguem escapar com sucesso, mas está a ser cúmplice (através da sua inércia e passividade; e com a temática controversa do armamento pelo meio) do terror que percorre as ruas de qualquer povoação daquele país.
Este texto não pretende ser, de algum modo, xenófobo ou racista, mas alertar somente os cidadãos para aquilo que são fait-divers que nos afastam do cerne da questão - a guerra na Síria que continua implacavelmente. Volto a perguntar - A quem interessa este status quo?





Imagem nº 1 - A Guerra na Síria tem assumido proporções maquiavélicas perante a inércia do Ocidente e das grandes instituições internacionais.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

XVI Festival de Teatro de Esmoriz prossegue com o melhor do teatro amador

É injusto falar em "amadorismo", quando os grupos convidados ao longo deste Festival (oriundos de diversas regiões do país) têm apresentado encenações de indubitável qualidade e dinamismo. Neste âmbito, presenciamos em palco peças de cariz comediante, dramático, infantil e teatro musical. A afluência do público tem sido muito aceitável, superior inclusive às edições dos anos anteriores.
O Grupo de Teatro Renascer é responsável por trazer à nossa cidade de Esmoriz o melhor do teatro que se faz em Portugal. Além da sua habitual cortesia de recepção, o Renascer ainda cede no fim algumas lembranças aos grupos convidados, nomeadamente um azulejo representativo do Festival (da autoria da artista Bem Lérias), ramos de flores e ainda um cartaz promotor do espectáculo visitante. Esta generosidade, assente num intercâmbio cultural minuciosamente definido, permite que o auditório do Antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz volte a acolher momentos áureos no plano artístico.
Neste último fim de semana, o Grupo de Teatro Amador Camiliano apresentou, no sábado à noite, a peça "A Morgadinha de Vale d'Amores" (inspirada numa obra do célebre escritor português do século XIX - Camilo Castelo Branco), e no domingo foi a vez, dos Plebeus Avintenses e Ilha Mágica exibirem o espectáculo infantil "O Feiticeiro Infeliz". 
O Festival continuará a proporcionar interessantes espectáculos até ao dia 28 de Novembro, data em que se realizará a Gala do Caco que distinguirá as melhores performances individuais e colectivas destes dois meses criativos de Outubro e Novembro.





Imagem nº 1 - O melhor do teatro português tem iluminado o palco do auditório do Antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz nos Castanheiros.
Foto - Grupo de Teatro Renascer